quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Longe de Tudo


Fecho os olhos. Jogo os cabelos pra traz, erguendo assim a cabeça. De forma espontânea sinto os meus braços se abrirem. Um suspiro fundo e longo... e aquele cheirinho de mato, uma brisa suave e um arzinho gelado. Meus lábios se abrem pra sentir tudo aquilo, e um lindo sorriso salta no meu rosto. Como isso tudo me faz bem!

- Vem! Já estamos quase chegando. Olha, é bem ali...Está vendo? Era aquela voz macia falando com um sorriso de canto de boca. E claro, eu segui adiante.

Não podia acreditar no que via. Era incrível! Um cantinho lindo perdido no meio da natureza selvagem. Um lugar que não havia visto a presença de muitos visitantes, pois estava praticamente intocável. Logo a nossa frente águas cristalinas que nos permitia enxergar pequenos peixinhos brincando... O barulho bravo da água descendo de várias pequenas cascatas e uma cachoeira um pouco mais distante. Sol tocava as margens daquele rio que era coberta por pedras ora pequenas e ora enormes! Ele trazia um calor gostoso que nos fazia desejar fortemente nos banhar naquelas águas de imensidão verde.

Enquanto eu molhava os pés alegremente à beira do rio sentada em uma pedra, respingando gotículas de água com o balançar dos meus pezinhos, olho pra trás e o vejo estendendo uma toalha estampada com florzinhas miúdas no chão, bem abaixo de uma árvore que tinha aparência centenária. Se aproximou, e sentou ao meu lado... foram boas gargalhadas enquanto um respigava no outro água do rio com o balançar dos pés...Até que paramos, e apenas o som das quedas d'água. Apenas o som das batidas do meu coração. O calor ali à margem nos deixou moles, enfraquecidos. O seu olhar não se desviava do meu. Um magnetismo vindo do nossos corpos nos fazia chegar mais perto um do outro. Senti sua mão na minha nunca, embaixo dos meus cabelos. Seus lábios sorriram. Meu coração acelerou. Apenas fechei os olhos. E foi como ouvir sininhos e caminhar nas nuvens. Seu beijo fazia me sentir assim. Um beijo suave de inicio, profundo... mas que se tornava faminto, sedutor e voraz...

Quando enfim os nossos lábios se deixaram, e os olhos se abriram, ainda embriagados pelo calor do Sol,  sussurrei em seus ouvidos "O que é o infinito pra você?"


Com um sorriso de canto de boca, aquela voz macia disse " O tempo que quero passar ao teu lado!"





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